terça-feira, outubro 09, 2012

Sonho de uma noite de primavera

Uma vila.
Inglaterra, séc. XIX.
Uma vila cercada por altos muros.
Os moradores assustados mantém a única entrada fechada por cadeados e grossas correntes.
A única forma de contato com o mundo exterior é uma grande caixa de correio.
Caixa de correio administrada pelo zelador, com sua perna de pau, e seu cachorro, com suas sarnas.
Do outro lado do portão uma comunidade.
Inglaterra, início do séc. XX.
Uma comunidade cercada por altos muros.
Os moradores assustados mantém a única entrada fechada por cadeados e grossas correntes.

A única forma de contato com o mundo exterior é uma pequena cabine telefônica ao lado do portão.
O telefone toca.
Ninguém atende.
Do outro lado do portão uma pequena ilha de pescadores.
Inglaterra, anos 1980.
Uma pequena ilha de pescadores cercada por água congelante e névoa.
A única forma de contato com o mundo exterior é um pequeno aparelho de tv na sala de espera da balsa, que ninguém usa.
Os moradores não estão assustados.
É dia de festa.
Estão todos felizes.
As crianças correm pelas ruas e os adultos mal conseguem conter a excitação.
Ao longe um homem toca um sino.
Em poucas horas retornará um barco com o primeiro grupo de pessoas a sair da ilha em vários anos.
Mal sabem eles que foram todos destroçados pela guerra.

2 comentários:

  1. Já comentei contigo (no dia que o blog não me deixou comentar aqui) que achei a gradação foda.

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  2. Mas acho que não comentei que Shakespeare e eu gostamos do título.

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